É, o tempo voou, eu tentei voltar ao trabalho quando passaram os 15 dias da cirurgia, mas não teve jeito mesmo. Até escovar os dentes era uma luta, e nessas horas a gente percebe quantos músculos são necessários pra realizar qualquer tarefa do dia a dia: eu sentia todos, cada um deles, me rasgando por dentro. Sério, não sei como o Popeye aguentava aqueles braços enormes.
Conversei com a endócrino, ela me deu o atestado pro restante do período até o iodo (claro que não sem um “Eu avisei que você não ia aguentar”) e fiquei entre minha cama e consultas. Depois de 35 dias sem hormônios, eu parecia mais o Baby da família dinossauro (de tão inchada) com a energia e a força da Olívia Palito.
Dia 18 de maio fomos, eu e minha mãe, pro hospital, fazer a internação pra radioterapia com iodo. Não pude levar nada (até a roupa íntima que ficou comigo teve que ir pro lixo depois), mas pelo menos tinha um computador e TV no quarto.
Dormi, acordei, recebi as orientações, e depois de algumas horas veio a médica com uma roupa de chumbo e um pote que mais parecia uma bomba com o comprimido de iodo radioativo dentro. Tomei, e tive de ficar 4h deitada, evitando salivar ao máximo (e nessas horas parece que a cabeça manda mais saliva ainda, só de sacanagem!). Depois dessas 4h mandaram uma sopa intragável, então fiquei o dia todo à base de água e suco de caixinha. No dia seguinte foi: café da manhã – dramim – banho – cama – almoço – dramim – banho – cama – lanche… E assim até 16h30, quando o médico nuclear veio medir a radiação e: há, liberada só hospital! 🙂
Quando meu pai chegou pra me buscar, eu só conseguia pensar em uma coisa: MC Cheddar com cheddar extra e batata grande *-* Passamos no Drive thru, já que eu não podia entrar no restaurante e fomos pra casa (vazia, porque precisava ficar até sexta isolada do mundo). Comecei a reposição do hormônio na quarta, e agora começa a briga pra regular tudo direitinho e fazer o corpo voltar a funcionar normalmente.
E, pra finalizar a novela, segunda-feira voltei no cirurgião pra ver o resultado dos exames pós iodo, e: tudo limpo! O iodo queimou tudo o que sobrou, agora é só acompanhar a cada 3 meses por um tempo, depois a cada 6 meses por uns 5 anos, pra não correr o risco de voltar 🙂
E o que me resta é reajustar as velas, içar a âncora e voltar a navegar nesse mar de enes!